No contexto da presente "mudança de época" global, caracterizada pelo deslocamento do centro de gravidade geopolítico/geoeconômico mundial, do Atlântico Norte para o eixo eurasiático, com os esforços de integração física e econômica encabeçados pela China, em parceria com a Rússia e outras potências emergentes, apresenta-se uma perspectiva singular para a construção de um novo ordenamento mundial, que permita trocar as hegemonias e confrontações militarizadas promovidas pelo "governo mundial" anglo-americano, pela cooperação internacional para o pleno desenvolvimento dos potenciais criativos da humanidade.

Para este propósito, os avanços tecnológicos obtidos pela Rússia, como anunciados pelo presidente Vladimir Putin, em seu já histórico discurso de 1 de março de 2018, juntamente com o desenvolvimento de um motor nuclear para viagens espaciais, que deverá entrar em serviço até 2025,  oferecem uma oportunidade para o estabelecimento de negociações entre as potências nucleares, visando a exploração conjunta do espaço cósmico, como missão coletiva da humanidade.

Tal perspectiva representaria um evento singular para a transição do presente sistema hegemônico centrado no eixo anglo-americano para um cenário global multipolar e cooperativo, abrindo uma nova etapa no desenvolvimento da civilização.