Entrevista com Lewis Pyenson - 1ª parte

Compartilhamos a 1ª parte da entrevista realizada com Lewis Pyenson durante o 3º Congresso de História da Ciência e Técnica da USP em novembro de 2023.

The relevance of Einstein and Picasso for education - part 1

A Teoria da Turbulência de Heisenberg e suas Aplicações

A palestra versará sobre a teoria da turbulência que foi desenvolvida no final dos anos 1940 pelo físico alemão Werner Heisenberg (1901-1976). Serão expostos, principalmente, os fundamentos da teoria em sua formulação original e em seu contexto histórico. Ênfase também será dada à utilização da formulação de Heisenberg (e suas generalizações) em diversos ramos da ciência atual, entre os quais Meteorologia, Astrofísica, Aerodinâmica, Oceanografia e até mesmo na Matemática (Caos e Sistemas Dinâmicos).

Inscrições: Evento público e gratuito | sem inscrição prévia

Não haverá certificação

Organização: Grupo de Pesquisa Khronos: História da Ciência, Epistemologia e Medicina e CHC - Centro Interunidade de História da Ciência - USP

Palestrante: Ailton Cassettari (NOTUS Aerodynamics)

Moderação: Gildo Magalhães dos Santos (CHC e IEA/USP)

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo

cartaz

Data de Início
Qua, 17/04/2024 - 14:00
Data de Término
Qua, 17/04/2024 - 17:00
Local
Sala Alfredo Bosi, Rua Praça do Relógio, 109, Cidade Universitária, São Paulo

Mecânica Relacional e Implementação do Princípio de Mach com a Força de Weber Gravitacional

Apresenta-se a mecânica Newtoniana e o princípio de equivalência (proporcionalidade entre as massas inerciais e gravitacionais), juntamente com as experiências de queda livre de Galileu e ado balde de Newton. São discutidas as críticas de Leibniz, Mach e Einstein aos conceitos de espaço e de tempo absolutos de Newton, bem como o princípio de Mach, de acordo com o qual a inércia de qualquer corpo vem de sua interação gravitacional com as estrelas e com outros corpos distantes do universo. Apresenta-se a mecânica relacional que implementa quantitativamente o princípio de Mach com uma lei de Weber para a gravitação.

Inscrições: Evento público e gratuito | sem inscrição prévia

Não haverá certificação

Palestrante: André Assis (Unicamp)
Moderação: Gildo Magalhães dos Santos (CHC e IEA/USP)

Organização: Grupo de Pesquisa Khronos: História da Ciência, Epistemologia e Medicina e CHC - Centro Interunidade de História da Ciência - USP

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo

cartaz

Data de Início
Ter, 12/03/2024 - 11:00
Data de Término
Ter, 12/03/2024 - 12:30
Local
Evento on-line

Edição Nº 15 da Revista Khronos

A História da Ciência tem se dedicado a demonstrar como o conhecimento é construído dentro de uma coletividade, ainda que de uma forma não coordenada e, frequentemente, perpassando várias gerações. O mito do cientista trabalhando como um herói solitário continua, porém, prevalecendo em divulgações populares e mesmo no ensino e até no meio universitário. Um dos exemplos dessa deformação sistemática na apresentação histórica envolve uma das maiores conquistas científicas, que é a formulação da Tabela Periódica dos elementos químicos  e que na verdade continua sendo elaborada à luz da complexidade resultante dos isótopos e dos elementos transurânicos. O número 15 da Khronos abre com o artigo de Rodrigo Gomes e Joanez Aires, que apresentam alguns dos cientistas que se destacaram para desenvolver esse contexto da periodicidade dos elementos na História da Química, bem como as controvérsias que surgiram nos seus trabalhos. Os autores se baseiam nas ideias de “estilo de pensamento” propostas por Ludwik Fleck para desconstruir mitos e trabalhar uma noção mais realista com estudantes do nível médio de como se desenvolve a ciência.

 A recepção da medicina muçulmana na Europa a partir da Idade Média tem sido objeto de estudo cada vez mais amplo. Marina Juliana Soares analisa o caso do famoso “bálsamo de Gileade”, que foi tema de um panfleto escrito pelo inglês John Cartwright no século XVIII. Esse autor se defrontou com as falsificações e a dificuldade de conhecer a composição mais exata de um remédio popular que era tido como uma panaceia para várias doenças, confrontando os conhecimentos em voga na Inglaterra com os saberes nas regiões do Império Otomano, onde ainda se cultivava a planta de onde era extraído o bálsamo. 

A construção e uso de instrumentos é um campo bastante vasto da cultura material estudada pela História da Ciência e da Técnica. José Adolfo de Campos realizou uma pesquisa que resgata, como num emocionante trabalho de detetive, as origens daquele que era considerado o “primeiro e único telescópio com acompanhamento construído no Brasil”. Ao desvendar que o telescópio equatorial “Pazos” foi na verdade construído na Inglaterra em 1880, não sendo, portanto, de fabricação brasileira, o autor aponta outra descoberta resultante de sua pesquisa, talvez mais importante. É que na década de 1860 as “Oficinas de Ótica e de Instrumentos Científicos” de José Ermida Pazos no Rio de Janeiro tinham competências técnicas surpreendentes para a época num país sem tradição reconhecida na construção de equipamentos ópticos mais sofisticados. É mais um exemplo do que temos visto em áreas inesperadas, como por exemplo, nas oficinas ferroviárias brasileiras do século XIX, onde artesãos conseguiam produzir substitutos e melhorias de material que teria de ser importado, graças à capacidade de inovar ao observar e copiar originais. Pena que não houvesse uma política de apoio para a ciência e a técnica que pudesse alavancar o desenvolvimento nacional, deficiência que se tornou crônica no país, e responsável por significativos surtos, mas sem uma amplitude consolidada nacionalmente. 

O “despotismo esclarecido” da era pombalina teve o condão de mexer nas estruturas econômicas portuguesas e criar a oportunidade de uma atualização no ensino, atualizando o conhecimento científico. Uma de suas facetas foi a vinda para Coimbra na segunda metade do século XVIII do italiano Domenico Vandelli, que unia o cultivo da história natural com o estudo de economia. Ricardo Dalla Costa, numa bem-vinda aproximação entre a história da ciência e a história da economia (sem deixarmos de considerar que a economia é uma ciência em si), nos apresenta este último lado de Vandelli, menos conhecido do que o primeiro, onde se filiou ao utilitarismo e à concepção fisiocrata, de que as riquezas provêm da exploração da terra (agricultura, silvicultura, pecuária, minas). Esta visão o aproximou da tendência que, apesar dos esforços de dirigismo colbertiano de Pombal, acabaria dominando a economia portuguesa, já formatada desde o Tratado de Methuen e desfavorável à industrialização de Portugal. Os reflexos desta orientação na colônia brasileira são conhecidos e só parcialmente modificados com a vinda do ministro Rodrigo de Sousa Coutinho para o Brasil junto com a família real. A contracorrente onde se insere Vandelli acaba mais uma vez triunfando com as orientações de seu discípulo, o Visconde de Cairu, adepto das teorias econômicas liberais de Adam Smith - e no Brasil a visão de uma vocação fundamentalmente agrária ainda teria um longo futuro. 

A “novela gótica” exemplificada por Mary Shelley em seu Frankenstein , tem motivado um grande número de trabalhos interpretativos, passando pela psicanálise, pelo crescimento da divulgação científica na Grã-Bretanha do século XIX, pelos ângulos do feminismo, do debate “nature” versus “nurture” e muitos outros, mantendo aceso o interesse acadêmico por esta obra singular e de grande popularidade. Rosângela Pertile em seu artigo enfoca o tema do “outro”, aquele que é segregado pelas classes dominantes e integra a imagem do “monstro” que ameaça as elites, consideradas as principais beneficiárias dos avanços científicos e técnicos. Na seção de Memória, Oscar Matsuura tece uma merecida homenagem a Paulo Marques dos Santos, abnegado pesquisador cuja trajetória se mescla com a do Instituto de Astronomia e Geofísica (a que depois foi acrescentado “Ciências Atmosféricas”) da Universidade de São Paulo. Começando como técnico e depois se titulando academicamente, Paulo Marques esteve à frente das atividades da estação de meteorologia, antes e depois que o Instituto fosse incorporado à Universidade, mas também realizou pesquisas em física solar e radioastronomia. Viveu de perto as agruras e crises causadas pelas interferências políticas externas e internas na organização e no funcionamento da instituição, à qual se dedicou também em termos de organizar por conta própria a memória do IAG em arquivos. Não deixou de ir diariamente à sua sala na Água Funda, mesmo muitos anos depois da aposentadoria. Lá fui conhecê-lo, onde recebeu a mim e a um historiador norte-americano interessado na história comparada de observatórios meteorológicos. 

Chikara Sasaki foi um influente historiador japonês da ciência, tendo sido editor da revista Historia Scientiarum. Esteve algumas vezes no Brasil, a convite do Centro de História da Ciência da Universidade de São Paulo, dirigido então por Shozo Motoyama. Foi também por iniciativa deste que foi aqui publicado em 2010 seu livro Introdução à Teoria da Ciência. Infelizmente este livro, que apresenta uma visão original da história da ciência, e que discute interessantes comparações entre o Ocidente e Oriente, foi muito pouco divulgado e lido entre nós. A resenha de Guilherme Sedlacek que fecha esta edição cobre esta lacuna, discutindo vários aspectos do livro, onde sobressaem os conceitos de ciência e tecnologia e seus contrastes. Bem como sua interface com a sociedade.

Desejamos que estas leituras tragam conhecimento e prazer.

Gildo Magalhães

Editor

Leia na íntegra: https://www.revistas.usp.br/khronos/issue/view/12970/2611

capa

 

O meio ambiente e suas controvérsias: um olhar da história da ciência

Compartilhamos o artigo do professor Gildo Magalhães que foi publicado na revista Cadernos de História da Ciência do Instituto Butantan.

Resumo

As questões que envolvem o meio ambiente tornaram-se foco de atenção nos meios político, científico, cultural e de comunicação. A história da ciência pode iluminar alguns dos meandros entrelaçados e subjacentes ao desenvolvimento das preocupações atuais a esse respeito. O presente texto faz um resumo panorâmico das origens e controvérsias que cercam o assunto, apontando para a complexidade do tema e a necessidade de empreender discussões científicas mais aprofundadas, que, mesmo não sendo desapaixonadas e neutras, precisam alçar vôo para não ficarem no terreno rasteiro das meras opiniões.

Leia na íntegra.

Nova edição da Revista Filosofia e História da Biologia - v. 18 n. 1 (2023)

EDITORIAL
Lilian Al- Chueyr Pereira Martins
Maria Elice de Brzezinski Prestes

O volume 18, número 1, de Filosofia e História da Biologia, um periódico do Centro Interunidade de História da Ciência (CHC), do Portal de Revistas USP e da Associação Brasileira de História e Filosofia da Biologia (ABFHiB), oferece uma amostra do que vem sendo pesquisado no campo de História e Filosofia da Biologia e suas interfaces epistêmicas. Esses estudos meta- científicos apresentam diferentes enfoques que refletem a ampla gama de possibilidades.
O presente fascículo é composto por cinco artigos que se referem à filosofia da biologia, história da história natural no século XVII e suas aplicações à educação científica e história da biologia no século XIX.
José Alsina Calvés, a partir do equilíbrio pontuado e propostas anteriores, defende que os modelos de mudança científica de Larry Laudan, Thomas Kuhn e Imre Lakatos não são incompatíveis.
Juliana Mesquita Hidalgo apresenta uma tradução comentada da obra de inspiração baconiana, Pseudodoxia Epidemica, de Thomas Browne, publicada no século XVI. Ela comenta sobre a metodologia empregada pelo autor em suas investigações e sugere algumas aplicações para a educação científica.
Marcos Ferreira Josephino procura resgatar o Brasil de Darwin a partir de representações pictóricas, particularmente, das telas de dois artistas viajantes: Augustus Earle e Conrad Martens.
Marcos Rodrigues da Silva revisita a controvérsia das “estradas paralelas” de Glen Roy, focando nas posições de Charles R. Darwin ​​​viii e Louis Agassiz. Ele explica a posição adotada por Darwin com base no argumento de autoridades cognitivas.
Valéria Gallo, Bruno Araujo Absolon e Francisco José de Figueiredo discutem sobre uma importante coleção paleontológica do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional, os fósseis na Estrada de Ferro da Bahia- São Francisco, desde sua origem até sua perda durante o incêndio que ocorreu em 2018. Procuram recuperar informações históricas e científicas por meio de seu registro iconográfico. Nesse sentido, os autores oferecem uma amostra do acervo que ficou conhecido no Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional como “ColeçãoCope”.

Leia na íntegra: https://www.revistas.usp.br/fhb/issue/view/fhb-v18-n1/fhb-v18-n1

cartaz

 

Edição nº 14 da Revista Intelligere

n. 14 (2022)

Intelligere, Revista de História Intelectual é um periódico científico semestral, eletrônico, trilíngue (português, espanhol e inglês) dedicado aos estudos de História Intelectual e História das Ideias.

Intelligere publica artigos originais, entrevistas, resenhas de livros, notícias de pesquisa em andamento, traduções e fontes documentais relevantes para a história intelectual.

Revista de acesso livre, Intelligere, com o apoio da Universidade de São Paulo, assume todos os custos pelo processamento e publicação dos artigos, sem qualquer custo para autores e leitores.

Leia na íntegra: https://www.revistas.usp.br/revistaintelligere/issue/view/12925/2591

cartaz

 

História da Ciência ou História do Pensamento Econômico? Mineração, Moeda e Engenheiros (1790-1830)

Esta conferência tem por objetivo explorar a associação entre economia política e mineração durante as invasões napoleônicas. Durante o período Napoleônico, o tempo histórico foi marcado pelas incertezas políticas, a suspensão do padrão-ouro pela Inglaterra (1797), a redefinição da prata, ouro e diamante como parte do conjunto de políticas de Estado, integradas e voltadas para a defesa da riqueza nacional e o retorno do padrão-ouro (1821). Baseando-se em perspectiva interdisciplinar, o objetivo desta conferência será realçar a ligação-íntima entre o pensamento político-econômico do mundo da Engenharia e os minerais a fim de analisar como as ideias dos engenheiros estiveram conectadas à historicidade da interação entre mercado, colonialismo e o Estado-nação.

Inscrições: Evento público e gratuito | sem inscrição prévia

Não haverá certificação

Organização: Khronos: História da Ciência, Epistemologia e Medicina
Expositor: Télio Cravo (Max Weber Fellow European University Institute)
Mediação: Gildo Magalhães dos Santos (FFLCH e IEA/USP)

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo

cartaz

Data de Início
Sex, 04/08/2023 - 11:00
Data de Término
Sex, 04/08/2023 - 12:30
Local
Sala Alfredo Bosi, Rua Praça do Relógio, 109, Cidade Universitária, São Paulo

A Farmácia no Brasil do Século XIX: entre o Farmacêutico e o Medicamento

No Brasil, após o desembarque da corte portuguesa, em 1808, tornaram-se constantes menções ao exercício da atividade farmacêutica em uma série de textos legislativos, atas de associações médico-farmacêuticas, farmacopeias, periódicos científicos, folhas comerciais etc. Nesse período, devido às descobertas no domínio da química, que, paulatinamente, alargaram o arsenal terapêutico e alteraram o modo como os medicamentos eram preparados, também se estabeleceu uma nova configuração do profissional da farmácia e do medicamento. Diante disso, procuraremos observar como se deu o processo de institucionalização, do ponto de vista legal e acadêmico, da farmácia dita científica no Brasil, e como ela contribuiu com uma nova maneira de tratar as doenças dos brasileiros no decorrer do século XIX.

Inscrições: Evento público e gratuito | sem inscrição prévia

Não haverá certificação

Organização: Grupo de Pesquisa Khronos: História da Ciência, Epistemologia e Medicina

Expositora: Amanda Peruchi (FFLCH/USP)

Mediador: Gildo Magalhães dos Santos (CHC e IEA/USP)

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo

cartaz

Data de Início
Ter, 23/05/2023 - 11:00
Data de Término
Qua, 23/05/2018 - 13:00