No início da institucionalização acadêmica da História da Ciência, seu destacado promotor George Sarton apresentou a visão da medicina grega praticada pela Escola de Hipócrates como pioneira na formação do espírito científico e como sendo um modelo para as ciências empíricas que se desenvolveram sob o primado da razão. Apresenta-se um rápido esboço da obra de Sarton e sua aplicação para os tratados ditos hipocráticos. Não é intenção examinar aqui as obras atribuídas a Hipócrates, seus predecessores ou seguidores, mas sim sublinhar alguns dos aspectos levantados por Sarton a esse respeito, problematizando-os. Isso, todavia, não impede de perguntar qual seria a possível relevância atual dos fundamentos dessa antiga técnica médica.