A empreitada de estabelecer a Engenharia da Complexidade no âmbito brasileiro passa pela obrigatoriedade do entendimento de uma das obras de Edgar Morin.

Neste seminário, José Roberto Castilho Piqueira pretende transpor as ideias apresentadas por Morin para algumas situações práticas da nova engenharia que, nos dias de hoje, emerge da riqueza da informação e da multidisciplinaridade disponível.

Assim, o seminário não tratará de questões filosóficas ou de suas relações com o saber científico, tarefas já cumpridas com competência no original de Morin, mas do relacionamento dos princípios do pensamento complexo com a prática da engenharia, quer seja no trabalho de concepção ou de operação.

Piqueira iniciará sua fala com uma discussão sobre a interpretação do significado usual do termo complexidade no âmbito da engenharia, apresentando exemplos de situações problema em que uma visão não compartimentada do projeto se faz necessária.

Prosseguirá com a conceituação de sistema aberto, conjecturando sobre como a auto-organização emerge em um trabalho de construção de um sistema.

Nesse contexto, tratará da questão da aleatoriedade de maneira ampla, incluindo-a na concepção de meta-sistema e na análise e síntese de processos dinâmicos, distinguindo os rápidos, relacionados com variáveis de estado, dos lentos, relacionados a variações de parâmetros constitutivos.

Da ideia de meta-sistema passará, fazendo uso da incompletude de Gödel, à conceituação das disciplinas envolvidas, compatibilizando unidade com diversidade e continuidade com ruptura.

Encerrará com pequenas observações no sentido de motivar a atitude do pensamento complexo, transformando as ações de engenharia em processos transdisciplinares que harmonizem os diversos modos de pensar e projetar.